A Internet das coisas no Brasil

A Internet das coisas (IoT) é uma tendência tecnológica que consiste em conectar objetos do cotidiano à internet, permitindo que eles se comuniquem entre si e com os usuários, gerando dados e soluções inteligentes para diversos setores da economia e da sociedade.

No Brasil, a IoT vem ganhando cada vez mais espaço e relevância, tanto pela sua capacidade de aumentar a produtividade e a competitividade das empresas, quanto pelo seu potencial de melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover o desenvolvimento sustentável.

Segundo um estudo realizado pelo BNDES em parceria com o MCTIC, a IoT pode gerar um impacto econômico de US$ 50 bilhões a US$ 200 bilhões por ano até 2025 no país, considerando quatro ambientes prioritários: agronegócio, saúde, cidades inteligentes e indústria.

No agronegócio, a IoT pode contribuir para otimizar o uso dos recursos naturais, aumentar a eficiência dos processos produtivos, reduzir as perdas e os custos operacionais, melhorar a qualidade dos produtos e ampliar o acesso aos mercados. Alguns exemplos de aplicações são: sensores para monitorar as condições climáticas, do solo e das plantas; drones para pulverizar defensivos agrícolas; rastreadores para acompanhar o deslocamento e o bem-estar dos animais; sistemas para automatizar a irrigação e a fertirrigação; plataformas para integrar os dados e fornecer informações em tempo real para os produtores.

Na saúde, a IoT pode auxiliar na prevenção de doenças, no diagnóstico precoce, no tratamento personalizado, na gestão integrada dos serviços de saúde e na melhoria da experiência dos pacientes. Alguns exemplos de aplicações são: dispositivos vestíveis (wearables) para monitorar sinais vitais e hábitos de vida; equipamentos portáteis para coletar amostras biológicas e realizar exames rápidos; implantes inteligentes para liberar medicamentos ou estimular órgãos; sistemas para conectar médicos e pacientes à distância; soluções para rastrear medicamentos e insumos; ferramentas para analisar dados clínicos e epidemiológicos.

Nas cidades inteligentes, a IoT pode favorecer a mobilidade urbana, a segurança pública, o uso racional da energia elétrica, da água e do gás natural, a gestão de resíduos sólidos, a preservação do meio ambiente, a participação cidadã e a oferta de serviços públicos de qualidade.

Alguns exemplos de aplicações são:
semáforos adaptativos para controlar o fluxo de veículos;
câmeras e sensores para detectar crimes e acidentes;
medidores inteligentes para monitorar o consumo de recursos;
lixeiras conectadas para otimizar a coleta seletiva;
sensores ambientais para medir a qualidade do ar, do solo e da água;
plataformas digitais para facilitar a comunicação entre governo e sociedade.

Na indústria, a IoT pode impulsionar a chamada Indústria 4.0, que se caracteriza pela integração de tecnologias digitais, físicas e biológicas nos processos produtivos.
Alguns exemplos de aplicações são:
sensores e atuadores para monitorar e controlar as máquinas;
robôs colaborativos para interagir com os trabalhadores;
sistemas ciberfísicos para simular cenários virtuais;
redes neurais artificiais para aprender com os dados;
blockchain para garantir transparência e segurança nas transações.

A Internet das coisas (IoT) é uma tendência tecnológica que consiste em conectar objetos do cotidiano à internet, permitindo que eles se comuniquem e interajam entre si e com os usuários. Essa conexão pode trazer benefícios para diversos setores da economia e da sociedade, como o agronegócio, a saúde, as cidades inteligentes e a indústria.

No Brasil, o governo federal instituiu o Plano Nacional de Internet das Coisas (Decreto nº 9.854, de 25 de junho 2019), com o objetivo de implementar e desenvolver a IoT no país, com base na livre concorrência e na livre circulação de dados, observadas as diretrizes de segurança da informação e de proteção de dados pessoais. O plano também definiu quatro ambientes prioritários para o estímulo ao desenvolvimento da IoT: saúde, cidades, indústrias e rural.

Esses ambientes foram escolhidos por apresentarem grandes demandas nacionais e oportunidades para a inovação. A IoT pode contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem nas cidades, por meio de soluções para mobilidade urbana, iluminação pública, segurança pública e gestão ambiental. Na saúde, a IoT pode facilitar o acesso aos serviços médicos, reduzir custos e aumentar a eficiência do sistema. No agronegócio, a IoT pode otimizar o uso dos recursos naturais, aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos agrícolas e pecuários. Na indústria, a IoT pode promover a digitalização dos processos produtivos, melhorar o controle da qualidade e reduzir os desperdícios.

Para que esses benefícios sejam alcançados, é preciso superar alguns desafios relacionados à infraestrutura de telecomunicações, à regulamentação do setor, à capacitação profissional e à pesquisa e desenvolvimento em IoT. Nesse sentido, o Plano Nacional de Internet das Coisas prevê uma série de iniciativas para fomentar o ecossistema de inovação em IoT no país.

Entre elas estão: a criação da Câmara de Gestão e Acompanhamento do Desenvolvimento de Sistemas de Comunicação Máquina a Máquina (M2M) e Internet das Coisas (Câmara IoT), um órgão colegiado responsável por monitorar e avaliar as iniciativas do plano; o apoio aos projetos mobilizadores em cada um dos ambientes prioritários; o estímulo à participação do Brasil nos fóruns internacionais sobre padronização em IoT; a promoção da cooperação internacional em pesquisa e desenvolvimento em IoT; entre outras.

A Internet das coisas é uma realidade cada vez mais presente no mundo todo. No Brasil não é diferente. O país tem potencial para se tornar um protagonista nessa área tecnológica que promete transformar diversos aspectos da economia e da sociedade.

23/03/2023

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